O que foi, passarinho?
Que fazes sozinho,
tão longe do ninho,
à beira deste meu caminho?
Diga-me, o que houve passarinho?
Contou-me que voava tranquilo,
Suspenso no ar, aproveitava a massa favorável que vinha do litoral.
Encandeou-se de repente.
Dali em diante tudo tornara-se pardo, escuro, de novo pardo.
Não soube dizer ao certo o que lhe causara aquilo.
Meses e meses voando, nunca algo desta natureza acontecera.
Morreu em minhas mãos. Deu seu último suspiro.
Cumpriu sua triste sina.
Por sorte,
Não soube ele antes de morrer que, quem o suportava nas mãos, era também o culpado por aquela tragédia.
Construi este prédio, espelhei-lo de todos os lados.
Não medi os meus atos.
Pobre passarinho!
Deus lhe concedera a vida,
eu, torto homem, determinara sua morte.
Esta dura culpa quase que me consome a alma.
Agora passou.
Prometo, a partir de agora, ser menos cruel,
porém, não menos homem.
Para segurança geral,
fixarei avisos em todos os lados.
"Cuidado! Barreia à frente"
Assim, poderei aliviado montar minha próxima estratégia de marketing:
"Minha Empresa S/A - Cuidando de você, do meu bolso e da causa ambiental"