PODE IR...

Não quero a sua piedade,
A brevidade do seu olhar,
Não quero alimentar,
Ilusões fragmentadas,
Não quero migalhas da sua mesa,
Lampejos de cumplicidade,
Pode ir... siga sua estrada,
Me deixe aqui, com a dor imensurável,
Com o meu eu instável,
Com uma estável saudade,
Com a dignidade,
Que ainda me restou,
Me deixe aqui, com a sombra do nada,
E com o peso da certeza,
De que você nunca me amou.


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ADEUS 

Migalha, pra mim, é palha,
não, não quero nada disso,
prefiro jogar no lixo
o que restou desse amor,
descolorido e sem cor.
Se não queres compromisso,
nem nada que seja fixo,
é melhor ires embora,
neste momento, agora,
pra que não aumente mais
esta dor que me invade
e, que a bem da verdade,
só o abandono traz.
Viverei sempre sozinha,
tu na tua, eu na minha...
Porém estarei em paz.


(HLuna)
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