Miséria
Natal sem fome, Natal sem nada
Atravessando a madrugada
Aquela moça desesperada
Com suas lágrimas lava o rosto
Por entre os braços carrega o filho
Perambulando do trem nos trilhos
Com um pedaço de pão de milho
Foi procurar um seguro encosto...
Ao descansar pelo meio fio
Sentiu na pele o queimar do frio
Da solidão do mundo vazio
Gritou pro filho. - Feliz Natal!
E escondeu daquela criança
O seu olhar sujo de vingança
Pra não tirar dela a esperança
Que tem um dia vencer o mal...
Axeramus 10/11/2010