Um Poema Encouraçado no Amor

Disse o poeta em seus versos;

O marujo é próprio mar nas ondas da nau!

Não haverá poesia versejada sem musa,

Seja lua, mulher, estrela cadente, vivente,

Pingente no peito despido, desnudo reverso

Eco do claro sentimento pulsando do seio,

Do pranto pequeno o querer navegar!

No céu o luar esconde-se nas nuvens

Esperando o raiar da madrugada

Para trazer o poema ao escrevedor de avessos,

No apelo de um beijo na origem da face,

Do sabor tangente dos lábios, angelical!

A geada fria cobre os campos

Dando brilho ao breu, ao caminho do anverso

Que vem de dentro como o vento,

Soprando nas pedras, nos galhos vazios,

Nas palavras que se seguem na folha, inspiração!

No norte da bússola o surreal das letras

Imprimindo na página o amor em seus sentidos,

Em seus sintomas propagados pel’alma,

Por um coração entristecido, marejando juras,

Um pecado que não mora ao lado, solidão!

14/08/2013

Porto Alegre - RS