Fogo escrito
num cárcere de fé ardente
ri a rima numa tormenta
derrubando os fluidos de um ser inflamado
vindo de uma ironia
que é viver numa agonia lenta
Ri o palhaço sem volúpias
da pálida e tristonha sina
que morria
o poeta assassinado
criado por uma natureza
que cava fundo a cova do finado
numa noite cálida
onde o infinito se desnuda em nada
pois é curva e curta a vida
e seus abismos são imortais...