SEPULCRAL
(Sócrates Di Lima)
A tarde mórbida e sepulcral,
Seguida pelo cortejo fúnebre,
O cheiro de flores é o sinal,
Do odor da morte em febre.
E ao descer ao ataúde,
O corpo frio e silencioso,
Vozes em gemidos pude,
Ouvir nas lamúrias do repouso.
E assim a tarde funestra,
Cobriu em terra fria ao olhar triste,
O corpo jovem que se prostra,
Na dimensão do que não mais existe.
Ao longe os sinos ressoam,
Como um toque de adeus,
Em coro os choros soam,
Ele foi para junto de Deus.
Assim, ali, sob os olhos da tristeza,
As lágrimas são insustentáveis,
Mãe, pai, irmãos e amigos com certeza,
Choram a despedida dos irretornáveis.
Sem cântico e sem a alma cálida,
Flores e velas numa tarde angelical ,
Em última visão de uma face pálida
Desce o corpo sozinho no último coro sepulcral.