Rua dos prazeres

Aguarda-me passar...

nesta rua onde moras sem ninguém.

Ando, transpassando-a, querendo ver-te,

sentindo o cheiro do teu claustro indigno.

Do lado de cá meus desejos sofrem

sem os teus,

indo à procura doutras ruas

mais peludas, mais macias

que se deitem para mim

sem clausura, sem desdém.

Cabe-nos outra avenida

que acolha nossa súplicas

onde esqueçamos as lutas

de apenas termos que abrir as portas

e na rua darmos umas voltas

e, retornando, poder dormir

sem a porta fechar

e tudo de tão aberto...

escancarar-se