CEDO DEMAIS

Anoitece,
Minha alma tece,
Um canto,
Um acalanto,
Para o meu anjinho,
Dormir aconchegado,
Em meus braços,
Ele fecha o olhar,
Bem de mansinho,
Breve vai sonhar...
Inaugurar nuanças,
De repente,
Um ar ausente,
Me desfaço,
Em um pranto,
Pesado,
Seguido,
De quase desvario,
Meus braços,
Estão vazios,
Vazio está o espírito,
Meu anjinho,
Não está aqui,
Foi levado,
De mim,
Foi morar,
No infinito,
Com as luzes siderais,
Partiu cedo demais,
E toda noite é assim,
A dor é mais forte,
É um profundo corte,
Difícil de aceitar,
E sem notar,
Me ponho a cantar,
A embalar,
A pensar,
Que nada aconteceu,
Que minha criança,
Não morreu.


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Não chore meu caro amigo
a vida tem dessas coisas
seu anjinho não morreu
apenas partiu para o infinito
leva em seu doce coração
este amor que lhe acalanta
pois sabe que seu amado papai
lhe canta um canto que encanta
mostrando-lhe a todo instante
este doce e imenso amor...

(rose ag)