SEM RUMO

É tanto tempo

E tantos temporais

Que já nem sei quando

Começa meu futuro.

_ Basta seguir o vento!

Me diria você.

Mas vento é redemoinho

Moendo a cana leve

De minha breve oração.

E meu sapato

Desgastado de léguas

Leva-me a lugar nenhum

Onde meu amar vagueia só.

Por mais que eu ande,

Ainda terei de andar pequeno,

Candeando lugar algum,

Nas trilhas descoradas

De minha angústia solidária.

Sigo sorrindo, entanto,

Lavando caminhos vários

Na torpe fonte dos desencantos

Que sacia o deserto de mim.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 29/07/2013
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