Fico pensando nos medos que eu sempre tenho
Daqueles medos todos que eu nunca tive,
Da vida, do amor, da dor, da morte, da sorte,
Do silêncio e da escuridão da noite, solidão.
E de todos os medos que hoje carrego e sei,
Nenhum deles é meu...
Acho que em mim acabaram todas as histórias,
De sorte, de dor, de vida, de amor, de morte.
E a lembrança de ter havido se dissipa,
A tristeza de não haver sido coisa que valha
Não passa de uma saudade distante, de antes,
Como de algo que nunca aconteceu.
 
Não cabe mais ninguém nessa solidão.
Ninguém me afastará dessa tristeza,
Convivo com ela desde sempre,
Desde antes de ela ter sido só minha
E de mais ninguém...
 
O desespero é este meu caminho,
Que trilho com inigualável destemor.
Nenhuma esperança sobrevive,
Porque nenhuma existe nem nunca existiu.
 
A vida é um vento que vai.
Quando volta é tempestade.
 
E eu não tenho medo.
Tudo o que tenho é saudade
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 29/07/2013
Reeditado em 19/03/2021
Código do texto: T4409695
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