Aos poucos ele perde.

O cansaço que abate, pouco a pouco ele desiste,

Nessa vida traiçoeira, continua andando apenas para levantar poeira,

Solitário e tristonho, a beira da loucura que beira,

Lagrimoso e sem memória, seu passado se apaga,

Morrendo aos poucos, vivendo aos poucos,

Longa madrugada pela frente, corpo cansando em mente doente,

Essa é história de uma vida, história repetitiva,

O amor é restrito a quem sabe amar,

A vida é restrita a quem sabe do “saber”,

Sofrimento é irrestrito,

A condição é ser incondicional,

Desistência não faz parte,

Suicídio não é uma opção,

Quem perde a batalha não perde a guerra,

Quem não chora não sente a gloria de vencer,

Mas ele não entende, a verdade que destrói,

Consome os segundos, envelhece os momentos,

Ele pede;

- Eu quero um segundo a mais.

De nada adianta, um segundo pouco satisfaz,

Um primeiro também não,

E tudo parte do que ele é,

Parte sem repartir, tão pouco divide,

Mas aos poucos acaba, e sempre que remonta repete,

Aos poucos ele deixa de ser alguém.

Leo Magno Mauricio
Enviado por Leo Magno Mauricio em 21/08/2005
Código do texto: T44095