LIBERDADE INÚTIL

O que faço eu com esta minha liberdade

se o único vôo que desejei alçar

foi alcançar aqueles braços

que me aprisionariam para sempre

O que faço eu com esta liberdade

de poder ir aonde bem quiser

quando tudo que queria

era ser agarrada firme

para jamais partir

O que faço eu

com esta falsa liberdade

se me sinto prisioneira de uma sorte

que não me deixa encontrar a felicidade

O que faço eu

livre e tão sozinha

quando só queria

uma prisão que fosse

minha mais aconchegante moradia

Que liberdade é esta

que só me faz sentir a solidão

de não ter um porto certo

de voar sempre sozinha

sem nenhuma direção

Quisera ter estas asas cortadas

por alguém que me fizesse sentir

prisioneira de um grande afeto

e nunca mais me deixasse partir

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 06/04/2007
Reeditado em 08/12/2007
Código do texto: T440223
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