Escuto-me

Escuto-me assim cansada

nesse meu inóspito coração,

na canção descompassada,

na noite mal iluminada

de meu sonho sem sossego.

Escuto-me na saudade

de dias em serenata,

de passos leves na calçada,

de sons perdidos na distância

na alegria do reencontro.

Mas morrem as saudades,

de tão gastas esfacelam-se.

E quando se repetem

agito-me, rendo-me

à sua doce impiedade

Escuto-me quieta, em sossego,

estranhamente quieta,

como se a lua só tivesse uma face,

como se a lua só tivesse uma fase,

e só a escuridão pernoitasse no meio.

Aziul
Enviado por Aziul em 17/07/2013
Código do texto: T4390757
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