RUAS DE AREIA

Uma rua toda cheia de poeira,
uma rua tão cheia de saudade,
do pensamento, é a fronteira,
uma tristeza nessa cidade.

É a minha rua da agonia,
minha rua da recordação,
o verso mais triste da poesia,
que adoece meu coração.

Ja foi o jardim de minha vida,
mas hoje está muito deserta,
faz sangrar minha ferida,
mantendo essa ferida aberta.

Já fui um dia seu habitante,
uma página que ninguém leu,
motivo de saudade castigante,
foi nessa rua, que ela morreu.

E na vida, então fiquei perdido,
o que ainda acontece comigo
depois, desse sonho destruído,
tudo que restou, é um mendigo.

Poeira, que nesse ar flutua,
com um vento, igual o minuano,
olha lá de cima, andando na rua,
a imagem de um farrapo humano.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 13/07/2013
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