Pó
Fiz poesias de amor
Para um amor do futuro
É preciso esperar
Para ter frutos maduros.
Fiz desenhos de faces amigas
Para, no futuro, lembrar
As rugas mudam os rostos
Mas meus traços à lápis elas não ão de mudar.
Fiz passos de dança à meu estilo
A velhice vai me chegar
Deixarei, então, um pouco de mim no mundo
Segundo após segundo.
Fiz meus planos de aula
Fiz no quadro uma equação
E falei pra meus alunos
Sigam seus estudos
A sua razão.
Fiz e faço o que posso
Mas vejo que não depende só de mim
As coisas só ficam pior
E no fim tudo que fiz e vou fazer
Tudo vira a ser, simplesmente, pó.