TALVEZ O ÚLTIMO POEMA
Talvez o último lamento,
Último poema a quem merecia o meu amor,
Mesmo sem rimas.
Madrugada fria em Brasília, 10 de julho
Um sonho se acabou.
Inquieto fico com os olhos lacrimejando na janela
Na cabeça um retrato implicante,
No coração um aperto, uma dor
Ela me liga e pede tempo,
A verdade que ficou dormindo
E nunca aconteceu...
Deletando uma à uma suas fotos do computador.
Mas, sou forte,
Vou ver de pé até onde chego
Que dose de loucura suporto.
Uma raiva rouca me agride
Quero ser pedra, ou uma folha morta
Solta por aí indiferente.
Ouço minha alma já cansada
Entre o amor e o desespero,
Entre a perplexidade e a decisão,
Entre a esperança e a desilusão
Onde flutua o ser humano.
A angustia da posse
É que não te possuo
Mesmo que te guarde.
A tristeza é um grito estrangulado,
Onde meu corpo se debate.
Enfim, a vida é feita de despedidas.