De fora eu vejo I

Da calçada das ruas

vejo a janela de minha casa

transfigurada pelo tempo

e pelas almas de seus labirintos.

Evoco as alegrias e tristezas

que minha infância viveu

e releio os meus fantasmas doces

que brincavam comigo,

assistindo ao sério lá do fundo

onde o porão era raso e frio.

Os quatro cantos me barulham

e há cheganças e há fugas

mas não consigo voltar a ser livre.

Ah..., estes meus olhos

afagados e perdidos abrolhos

não têm mais mar...,

nem são mais crianças.