A quarta janela
Minha memória atravessa a rua
e vai passear na calçada
catando gente,
criando asas.
Jogo ximbra, canto alto,
ninguém sabe de mim
senão o que passa ali,
desassombrado.
Dentro de casa há saudade,
de fora eu antevejo tudo,
a lágrima que desce à face
fala ao mundo
o que o mundo não sabe.
Deixo a rua entrar em mim,
atravessando-a em disparada.
E tarde...
algema-me a madrugada
e acordo triste...