Estação Fim (D.A.)

O quê fazer do meu peito?

Se não há mais um coração

Que pulse a minha vida

Me tirando os pés do chão

O quê será do meu sorriso?

Se não há mais emoção

Só chuva nesses olhos

Me afogando em solidão

Acordei de um longo sonho

Agora não posso dormir

O pesadêlo é tão real

É impossível de fugir

Minha mente está sangrando

Minha alma febria em dor

A vida é muito para o corpo

Que jaz sofre por amor

São tantas as perguntas

Para olhos cegos e ouvidos surdos

Roubaram todas as respostas

Restou-me apenas os absurdos

Todo o céu escureceu

Em plena luz do dia

Não restou sol nem lua

Nem tão pouco alegria

Um breve silêncio torpe

Como som de um lamento

O fim do meu mundo

Náufrago junto ao sentimento

Aparentemente tudo bem

Nem sinal de lágrimas

Somente sangue que se tem

Manchando aquelas alvas páginas

A cesta cheia de inspiração

Faltam tintas para colorir

Um quadro branco como o nada

Nada de paz, nada de luz, nada pra sorrir

Não vejo mais o horizonte

O trem chegou ao fim

Eu estou só na estação

O caminho está turvo pra mim

Por onde andar agora?

Se a paisagem perdeu a cor

Partiu-se a doce aliança

Mas permaneceu vivo o Amor

Maximiniano J. M. da Silva - domingo, 23 de Dezembro de 2012

Max Moraes
Enviado por Max Moraes em 08/07/2013
Código do texto: T4377243
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