E se eu morrer hoje?
E se eu morrer hoje? Alguém irá chorar pela minha eterna partida? Pela minha partida sem despidida?
Se hoje eu me for para sempre e nunca mais? Seria melhor para mim, mas e para os outros? Seria tão bom assim?
Se eu me for hoje não terei mais o que escrever, não terei mais o que sentir, serei como uma pedra morta enterrada a sete palmos do chão, mas se morrer hoje querei ser enterrado a vinte mil palmos do chão onde ninguém possa estar tão perto de mim quanto eu mesmo.
Estou doente ou ao menos sinto-me assim, desse jeito jeito que não sei nomear, mas quero deitar-me em tumba fria e nunca mais acordar, a vida vem sido um caos e meu desejo pela morte, pelo suicídio cresce a casa momento que passa, mas logo passa e volta outra vez com mais força e mais lárimas. E se eu me for hoje? E se em pleno inferno encontrar-me no inferno que habita em mim mesmo, dentro de mim, no mais oculto do meu ser. Serei eu mesmo ou nada serei.
Minha partida sem despidida seria o melhor para mim, mas ainda tenho coisas para fazer, compromisso e sempre neles, nos outros e não em mim mesmo que seria o melhor para mim.
Tudo isso que escrevo pode não nexo algum, mas minha mente anda no completo e absoluto caos.
Não espero perdão, mas espero uma mão amiga que me tire desse absoluto abismo no qual caio e parece não ter fim algum. Já não espero muito, já não me supreendo com quase nada. Me tornei isso e apenas isso. Agora, por hora, sou isso, sou assim, espero mudar e sai da estrada da auto-destruição, mas até lá paro de olhar nos meus olhos refletidos no espelho, pois todas as vezes que faço isso, lágrimas aparecem, mas não descem.
Já não corto o exterior, mas corto o interior que é ainda pior. Esse sou eu, tão igualmente diferente. Mas ainda me defino com as malditas reticencias, pois elas são quem sou. O misterio e a tristeza travestida de três pontos, um seguido do outro.