LAMPARINA

Aqui de cima de meu barracão,

vejo uma tênue luz ao longe,

parece piscando na escuridão,

nas mãos trêmulas de um monje.

Quase coberta pela neblina,

esta fugindo da minha visão,

sera a luz de uma lamparina,

ou sera lenhas de um fogão?

Tênue luz, so voce e as estrelas,

estão enfeitando esse sertão,

saiba que e muito bom te-las,

por companheiras, na solidão.

Quando esta piscando assim,

como as batidas do meu coração,

sera, que esta pedindo pra mim,

aumentar o som do violão?

Aos poucos vai se apagando,

como se, dissipasse na serração,

aqui de longe estou fitando,

como se olhasse uma ilusão.

Daqui a pouco estara apagada,

vai desaparecer seu clarão,

quando se aproximar a madrugada,

ficara apenas, na imaginação.

E como no mar uma vaga,

fico admirando esse lampião...

mesmo depois que se apaga,

fico olhando, deitado no chão.

Fim da noite, vem a claridade,

me ponho a procurar em vão,

ja parece que sinto saudade,

da tênue luz, de algum grotão.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 04/04/2007
Reeditado em 13/03/2008
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