Dama de Preto
Dama de Preto
Permaneceu sentada a mercê do destino,
Na gélida tranquilidade de seu terno ser.
Seus olhos manchados por suas vergonhas,
E o mundo é medo que jamais pôde conter.
Seu corpo aflito já não lhe servia tão bem,
O tempo não conseguiu suas vestes agredir.
Aqueles malditos calafrios tão repentinos,
Sobravam tantas razoes para não prosseguir.
E mesmo a lembrança lhe trazia tanto terror,
Sua pálida pele marcada por mãos violentas.
Ajunta-se as preces que até pareciam curar,
Os gritos ensurdecedores numa alma serena.
Onde está a paz que desejas enfim encontrar?
Dormir quando seria gratificante não acordar.
O céu parece um bom lugar para o repouso,
Sua mente esqueceria o medo por enfrentar.
Agora sem mais delongas a alma tende a partir,
E o tempo da ignorância extinguiu-se no nada.
No meio do belo jardim padeceu e fez seu leito,
Descansa a alma de mais uma dama de preto
Victor Cartier