Ilusão das tardes frias
Inteiramente só
Vestida de restos
Vestida de sombras
Corpo retorcido como raiz que se perdeu em meio ao solo infecundo
Jaz o mundo aberto no descortinar do olhar
Jaz!
Sementes tantas que se lançaram das mãos
Pela ilusão das tardes frias
Vazias pesando tanto no horizonte aberto do peito
É minha alma toda ali...nesse derradeiro pranto sentido
É minha alma ali, nesse derradeiro corte despido
Sangrando a sina de abandonar-se ao momento
Porque choras alma tempestiva
Quem roubou tuas asas?
Nesse inverno que aplaca o peito
Derramas dos olhos o sal do dissabor
Esse destempero...
Esse coração na mão
Esse voo no chão!