...__Nectarífera Anátema__...
O acerbo mel por mim escorre
Deixando cá uma ferida aberta
Meu coração lentamente por aqui explode
Perfurado está, à lamina d´uma seta
Tal qual uma pústula assaz asquerosa
Inflamada está sobre meus nobres anseios
Dulcíssima é a necessidade portentosa
De eliminar tais chagas, caldoso em sobejo
Mesmo levando uma vida em candura
Sinto um desaconchego cá perfurante
Uma lívida adaga que grita profunda
Rasgando a pele num pesar delirante
Enlanguescido estou neste enxovedo
Que chamado de vida me leva aos prantos
E os relâmpagos trazem um mar de praguedo
E uma chuva eterna, despenca aos cântaros
Refrigerado nesta câmara entorpecida
Mi´alma s´aconchega no manto veludíneo
É mia tez censurada pela dor jazida
É meu corpo enjaulado no prazer sorvido