SE NÃO A VEJO

Fico aqui pensativo

Lamentos,

apenas lamentos

Se não a vejo...

Sigo triste

À espera de ti

Céu sem estrelas

Dia sem sol

Vida sem horizonte

Noite sem luar

Pássaros não regorjeiam

Natureza morta

Tela sem pintura

Praça sem realejo

Jardim sem flores e sem vida

Roseira só com espinhos

Mar sem ondas

Luar sem vida

Estrelas sem brilho

Estrada sem fim

Túnel sem luz

Nada reluz

Se não a vejo...

A vida é sem sentido

A esperança é nula

Gritos não ecoam

A viagem é sem volta

Nó na garganta

Só há revolta

Braços constantemente vazios

Quarto escuro

Leito frio

Total abandono

Prantos em rio

Se não a vejo...

Tudo entristece

O dia não amanhece

Morte à vista

Minha voz emudece

Meu corpo não aquece

A insanidade toma conta

O delíro engrandece

A vida acaba

O corpo padece

Alma sofre

Se não a vejo...

Morte na certa

09.04.05

19h17

São Paulo - SP

Diógenes Davanzo
Enviado por Diógenes Davanzo em 19/08/2005
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