Tristeza envergonhada
De vez em quando sinto vergonha de minhas emoções
Do grau de sensibilidade
Acho-as egoístas
Sem critério de prioridades
De me sentir carente talvez...
Das lentes de aumento de certos sentimentos
De sentir tristeza sem motivos mais sérios
Dos acabrunhamentos descabidos
Das frustrações avolumadas
Quando há tanta gente com motivos consistentes
Com misérias tão explícitas, tão óbvias, porém, menos tristes.
Não aquelas tragédias pessoais, mas outras,
Com justificáveis razões quase que permanentes
Não adianta muito essas comparações
As depressões, ainda que leves, só passam quando querem.
Como que ratificando as injustiças do fator humano
Vergonha da pena que não tenho de mim mesmo quando a sinto
São situações sem saída
Que tomam a força
Como a fazer sentir vivo pela dor da ausência de dor
Mas ainda assim existente
Acho que razão é autodeterminação
Pois somente se esforçando, forjando...
Enganando os sentimentos com outros pensamentos...
Essas coisas vão passando até que surja outro desses momentos.