Perdão

Pregaram o perdão no alto do muro,
E lançaram, sobre ele,
Flechas agudas e obtusas.

Pregado que estava, o perdão
Através de muita pregação
Jamais aderiu ao coração
De quem o reivindicava!

Pois de mão estendida,
Perdão implorava,
Mas às costas, escondida,
A adaga envenenada!

E quem assistia, mais perdão pregava,
E falava de um mal que não via,
Mas que inventava,
Um mal que vivia apenas na mente
De quem o criava!

Pregavam perdão,
Diziam perdão,
Ensinavam perdão,
Mas quem ensinava,
Não aprendia, nem praticava!



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 20/06/2013
Reeditado em 14/01/2015
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