Semoto

Não posso mais fingir sorrisos

Não há mais sonho nem meta

Com o coração e a alma indecisos

Somente o vazio me completa

À escuridão já estou acostumado

Meus olhos não suportam a luz

Tantos anos sem ninguém ao lado

A tristeza me guia, à dor conduz

Cada célula do meu corpo anseia

Pelo fim desta batalha difícil

E que o sangue seque cada veia

Pois viver tem sido um sacrifício

Não me importo se acabasse agora

Eu queria não sentir mais dor

Assim não mais botaria pra fora

Cada razão para abalo ou rancor

Pois estes poemas que eu escrevo

São cheios de sangue em cada letra

Admito, falo aquilo que não devo

Minha vida foi cheia de "et cetera"

Não, nada é inspiração poética

Existem lágrimas em cada rima

Uma dor latejante e frenética

Não existe nada que a reprima

Queria que no fim destes versos

Acabasse, finalmente, minha vida

Assim, os pensamentos dispersos

Dissipariam-se com esta partida

Então, eu vou acabar este poema

Caso eu desapareça, fique feliz

E peço, por favor, não sinta pena

Se morrer, terei, enfim, o que quis

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 15/06/2013
Código do texto: T4342651
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