Depressivo, imploro!

Depressivo, imploro!

(poema escrito por Janil Lopes Corrêa - jlc - jan)

Desde ontem,

Eu odeio as flores,

Odeio o barulho do mar,

O marulho de suas ondas,

O canto dos pássaros,

O voo das borboletas,

Odeio o ruído das cigarras,

O latido dos cães,

O sorriso das crianças,

Odeio o calor do sol,

A luz do dia,

A escuridão da noite,

O brilho das estrelas,

O clarão do luar,

O ruido do vento

E toda a natureza

Com sua maldita beleza!

Odeio tudo e odeio nada,

Estou me odiando, agora,

E, até, minha namorada odeio!

Desde ontem,

Eu odeio todas as cores,

Que jamais expressarão meus sentimentos,

Principalmente, as minhas dores,

Que, em vez de me fazerem feliz

Faz crescer esse vazio, muito mais,

Enquanto aumenta. em minha cabeça. uma pressão

E essa dor imensa, dentro do meu coração...

Esqueçam-me, por favor,

Deixem-me ficar, ainda que triste,

Aqui, exorcizando esta depressão,

Deixem-me, por favor, isolado,

Nessa maldita solidão!

Desde ontem,

Não faço e não tenho planos,

Me sinto muito, muito infeliz

Jogado aqui nesse catre!

Não consigo pensar,

Não consigo sentir,

Não consigo falar,

Não sei onde posso

Ou devo ficar...

Estou sem vontade,

Não estou com nada,

Não quero mais nada,

Não tenho desculpa

Para essa minha morbidez!

Desde ontem,

Estou implorando, a todos,

Deixem-me, por favor!

Estou depressivo, decadente, doente,

Sentindo grande tristeza,

Com tanta gente, em volta de mim,

Tão barulhenta e tão presente...

Desde ontem,

Quero ficar sozinho,

Com meus pensamentos,

Ver ninguém, saber de nada,

Quero ficar assim!

É delicado, é mórbido, o que sinto, eu sei!

É insuportável esse desafio de ter de encarar,

Ver quem quer que seja, agora, tal como estou, enfim.

Contudo, é muito mais delicado e doentio,

Ter que suportar esse jeito, imponente,

Diante de mim, doente, como você se apresenta,

Despojada, natural, arrogante, tão insolente,

De levar seus dias, indiferente a tudo e a todos,

Tão inutilmente, enquanto eu sofro deprimido,

Sentindo-me, assim, indolente, infelizmente,

Assistindo anestesiado, toda essa tua beleza,

Oh rainha, mãe natureza,

Sem poder fazer nada,

Para escapar dessa tristeza!

Estou depressivo, hoje, ainda,

É verdade, mas isso passa!

Amanhã, volto a amar, novamente, a natureza

E com toda a certeza, volto a amar,

Também, quem sabe, até minha namorada.

jlc
Enviado por jlc em 15/06/2013
Reeditado em 19/12/2014
Código do texto: T4342505
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