FIGURANTE
E eu que queria fazer de minha vida, uma bela história para ler.
Não permitir nada esquecer.
Gravar em meu corpo cada dia escrito, como tatuagem,
Acabei por passar todo conto como paisagem.
E eu que queria fazer de mim, personagem principal,
Não fui bem nem mal.
Trilhei o caminho sem carregar bagagem,
Mas de tanto andar perdi a viagem.
Afundei em poesias e por pouco não esqueço de viver
Não me fiz crescer.
Acertei na rima, e em tudo que é banal
Mas restou-me apenas o silêncio e o nada ao final.