FIGURANTE

E eu que queria fazer de minha vida, uma bela história para ler.

Não permitir nada esquecer.

Gravar em meu corpo cada dia escrito, como tatuagem,

Acabei por passar todo conto como paisagem.

E eu que queria fazer de mim, personagem principal,

Não fui bem nem mal.

Trilhei o caminho sem carregar bagagem,

Mas de tanto andar perdi a viagem.

Afundei em poesias e por pouco não esqueço de viver

Não me fiz crescer.

Acertei na rima, e em tudo que é banal

Mas restou-me apenas o silêncio e o nada ao final.

Daiane Alves
Enviado por Daiane Alves em 12/06/2013
Código do texto: T4338819
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