Porvir
Mundo muda, mas não os olhos
Que torteiam tudo pelos cantos
Prontos para torcer novamente,
O que já foi flor e borboleta
Faz o coração esconder-se
Atrás do pulmão cheio de ti,
Repleto do gosto que imaginei,
Da folha em branco que pintei
Como dar novo nome ao limbo,
Aromatizar a água incessante,
Brincar daquele humano novo,
Que dava inveja aos anjos
Bom demais saborear o porvir:
A sensação exata do silêncio
De um final de domingo só,
Frente a uma segunda gritante.