Qualquer coisa
Qualquer beleza que se encontrar nessa poesia é uma mera mentira.
Qualquer sentimento que nela habitar é de cunho real.
Qualquer gota de chuva que cair em meus braços, sejam eles frios ou quentes, será tido como a lágrima que não desce pelos meus olhos castanhos.
Qualquer correção poderá vir a ser feita, mas tirará toda essência.
Qualquer estrela que do céu cair será um prenuncio a minha acensão,
Qualquer tentava que poderá ser feita será falha como todas as outras.
Qualquer e toda a beleza que se encontra por aqui é uma farsa, faxada.
Toda distração é e será sempre bem-vinda para desfocar o que está no centro, o que está no meio, entre as linhas, entre as coisas. Não ser, não sou talvez, digno de tanta preocupação, mas caso não seja queria eu apenas uma vez nesse tortuosa estrada ser digno.
A interpretação é diferente em diferentes estágios e estados, cada qual ler e entende o que quer ver, o que quer ler e o que quer saber.
Na perdição, estou perdido e um incomodo toma conta de minh'alma por escrever como eu, sendo eu.
Quem sabe, sabe. Quem não sabe, não precisa saber... Reticencias, mil reticencias que escondem apenas uma coisa, talvez.
Os anos se passaram, tantos anos, tantas dores, amores e odores. Tantas, tantas, tantas e tantas e tantos. Agora passa mais uma vez.
Sinto falta... Das dores, dos olhares, dos amigos que ainda são amigos. Uma colherada e faz-se um vazio no peito deixando de lado o que outrora fora desejo.
A coragem fora o medo do covarde, outrora.
Devagar quase parando, mas sem parar. Vamos fazer isso durar.
O pranto que os céus derramaram por mim, não pra mim, mas por mim. Por eu não consegui, então eles derramaram por mim. Tocou minha pele, senti o frio suave das gotas d'água e sinto-me extasiado, em outra dimensão, agindo como quem sente que pode voar, como quem tem asas para voar.