Eu Desejo Voltar

Ainda me pego chorando todos os dias...

Ainda me pego lembrando nossas alegrias...

E um desespero então invade meu corpo inteiro!

Quanta coisa boa que deixamos para trás;

Quanta coisa boa que não voltará jamais;

Fomos tão fracos e inertes, meu amor primeiro!

Não há dia em qu'eu não deseje voltar veemente;

Não há dia em que tu não invadas a minha mente;

E todos os dias que seguem, seguem taciturnos...

No meu coração esta angústia aperta fortemente:

Poderíamos ter sido bem mais; E diferente...

Mas tornamos todos os nossos planos soturnos!

O tempo passa; inexoravelmente ele passa...

Só tu não passas, não importando o que eu faça;

Inda que a razão me diga que tudo acabou!

Tu povoas meus sonhos com um ledo fantasma!

E minh'alma fica irrequieta, e punge, e pasma;

E acordo para sofrer mais um pouco de amor!

Tenho pena de ti! E tenho pena de nós;

Tanto nos magoamos, para hoje estarmos sós;

E suponho que seremos infelizes pra sempre

Mas não há dias em qu'eu não escute a tua voz;

E ela sibila em meu peito de forma tão atroz...

De modo que não mais consigo seguir em frente!

Lutar pra quê, se até hoje não pude te esquecer?

Se nosso amor maldizente só me fez padecer?

Estou cançado de lutar, de lutar em vão!

E me desculpe se não fui suficientemente forte;

Se não lutei com toda as forças por nossa sorte!

É que eu não senti apertar forte a minha mão!

Franz Venn Nietzsche
Enviado por Franz Venn Nietzsche em 07/06/2013
Código do texto: T4329821
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