Beija, beija-flor.

E tu, ó intruso beija-flor,

em qual jardim chegaste,

qual rosa beijaste,

quando néctar roubaste,

para não morreres de amor?

Meus lábios são os lábios dessa rosa

que beijas todos os dias,

roubando o meu amor

que vê tuas asas em alegria

rebolarem-se com o vento.

Meu veneno é o meu jardim,

nessa flor está quem amo,

metaforizando uma grande dor,

asa desolada de um amante

que, de tão triste, o sol secou.