Versos de uma Noite Fria

Por esta noite sem estrelas, sem luar

Ressalta-se do sereno o agudo

Do grilo cantante, o orvalho choroso

A palavra entristecida que se transcende

Em verso versejado, avesso calado!

Da conjunção do outrem,

Sois se raiam, crepúsculos reluzem sob o mar

D’onde também luas se mesclam entregam-se

Ao parnasianismo do olhar aspirados das flores,

Das fontes oriundas da saudade, do estreito sentir!

Velo novelo pelas teclas do marfim,

Épicas navegantes das belas marés

Dos silvos quase celestes, um brinde

Ao quadrilátero dos ventos cantantes,

A sede é de poesia vide alma melancolia!

Pois exclama o clarim assim dos afins,

Enfim, um poema de amor a uma vida de amar!

Da esperança um doce mistério

Revela-se, se mostra nos ébrios do reverso

Abrigado ao silêncio de uma madrugada fria,

Embora bordada de solidão se fazia brilhante

Junto aos instrumentos de toda a escrita!

02/06/2013

Porto Alegre - RS