AMARGA DESOLAÇÃO

AMARGA DESOLAÇÃO

Desolado, triste, ferido, calado

um rio de lágrimas se derrama

nas sombras da noite amargurado

o sorrir é somente pífia chama

Apagado, melancólico, angustiado

apenas o eco da dor se faz ouvir

ficou sombrio o mar encapelado

percebe-se no ar um lúgubre sentir

Nessa desolação que se desenha

um risco de derrota se denota

temo que a tempestade venha

isso já meu coração não comporta

Quão infeliz desperta o anoitecer

com sombras trêmulas, derrotadas,

só as estrelas, altas, refletem você

longínqua, em distâncias alopradas

É provável que a aurora não acorde

e talvez os pássaros não gorjeiem

pois o beija-flor não beija, morde,

os raios de sol não mais refletem

Não há mais borboletas esvoaçando

os pirilampos perderam sua luz

casais já não estão se abraçando

como está pesada essa enorme cruz

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 01/06/2013
Código do texto: T4320641
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