LÁGRIMAS MORTAIS
De quantas lágrimas é feita a minha lira?
Sempre integrando males, torturas
Fiel companheira das noites escuras
Deposita em letras a amargura da vida
Fardo que carrego há dezoito anos
E que corrompe da alma o descanso
Afã sonho irreal em que me lanço
Labirinto da vida e seus desenganos
Na tristeza de uma alma solitária
Q'um dia sonhou em flores obter
Do real sentido de ao mundo pertencer
Sem obrigação da vivência diária...
Sou o produto de uma idade sozinha
Desiludida de que haja felicidade
Pois, desde a pior precocidade
Peço para a morte logo, me chamar de "minha"