ACALCADO

Pensamentos que gritam

São como moedas jogadas

Por sorte ou talvez esmolas

Não importa

Tudo é engolido pela vida de chão e pão

Que lhes vai ressequindo

Carcomendo sem presteza

Os pensamentos desgastam

É preciso ter audição

É preciso música para senti-los

É a melodia que salta de suas notas

O roçar suave de seu soar...

Exaurem-se calcados quando

Em descrédito entendido

Ficam mendigos

De casaco roto e mãos de carvão

Sem ninho

Sem pouso

Fadiga de pão e chão