Antonio Ramos da Silva SILÊNCIO
Texto: Maurélio Machado
Adaptação poética: Antônio Ramos 

Largo esse mundo largo,

Inundado de tantos dados;
Estressado de problemas,
Teoremas indecifrados.

Ancoro o meu choro
No topo do rochedo.
Observando o mar anilado.
Aniquilada minha alma nua
Mergulha solitária a procura tua.

Leito exposto me deita,
Deleito-me no fundo marinho
Não me deixa sozinho.

Arfando. Por um segundo
Integro o amor ao mar,
Em outro lugar não procuro;
Obscura procura a não ser encontrar.

Arrepios, pelos aguçados.
Calmas águas num coração deságua.
Suave brisa, crustáceos, água viva.
Mundo encantador. Parado.

Quisera estar.
Não estar a procurar
Em outro lugar
Querer-te encontrar. 

Flash revelado
Sonhos buscados.
Juro-te apaixonado!

Ao meu lado Juro doce aventura
No fundo o mar renovado;
Energizado estaria, a teu lado.

O sol iluminando
A praia, pouco ocupada,
O corpo seminu
Jovens e donzelas,
Clima ameno tão perto.
Sem mazela. Cru.
Convite ao amor!

Ela deveria estar lá...
Aguardando a paixão desaguar.
Por ele que fora
Afora mergulhar!
Por onde for...
Não conseguiu visualizar. 

O sol mergulhou.
O tempo eterno chorou.
Pondo-se negro...

Ela viria?
Nas mornas águas
De longe a gritar
Correria, aglomeração.
Náuseas e vertigens,
Choro desconsolado...

Ela boiando,
Sem vida
Nas ondas, embalado.
Eu cá desolado. 
Silêncio sepulcral,
Afinal ao seu lado.


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Obrigado poeta pela bela poesia inspirada no meu texto "Silêncio"
publicado no Jornal Evolução:


http://www.jornalevolucao.com.br/noticias/17351/1/silencio