Lúgubre
Culpo a lentidão
por lentamente
me arrastar
pelas calçadas.
Pelo o pé
ter encontrado
um buraco,
se torcido.
Eu, contundido,
tive que me sentar.
Chorar com a chuva
que caia, era fria a tarde.
Arde tanto essa
covardia que me cerca.
Transmudei no aroma,
era por demais fétido.
Um vodu a enfeiar
a cidade e o cunho ético.
Avaliava os transeuntes
como estátuas ambulantes.
Via também,
além do que antes,
os coparticipantes.
Uma bituca de cigarro,
e um escarro nojento
a me insultar
no âmago da dignidade.
Estou de idade
e a vida não passa.
Não suporto mais
o expediente
e esse papel
de irrelevância.
Cometi a ousadia
da mendicância.
Pedi e esperei
repetidas vezes.
Esperei.