NOITE FRIA... ESCURA... SILÊNCIOSA
Soterrado pelos cobertores
O corpo inerte sem movimento
Pela vidraça da janela vejo...
A nuvem de fumaça fria da neblina
Como um manto cobrindo a lua.
A noite fria... Escura... Silenciosa
Lembrando as sombrosas noites Londrinas
Agitando minh’alma as lembranças em hipertimesia
Ouço os gritos desconexos do pensamento
A inspiração em hipotermia... Dormita a poesia.
É madrugada e os versos calam, as letras congelam.
A folha branca aguardando a tinta coagulada na pena
Tua imagem é rosa dos ventos meu espírito vagando
Preciso ancorar no aconchego da tua essência
Nas tuas flores minhas preces canto mudo que entoa
A saudade ácida corroendo meu coração
Desiludida não vê a porta da saída
Estou em um túnel frio... Escuro...
Ouço os grilhões das horas se arrasando
Nenhum ponto... Vírgula... Reticências
Onde anda meu pássaro encantado!
Nas mudas letras sua linda plumagem
Entoava seu belo e lírico canto
Minh’alma ouvia seu sussurro
Adormecendo tranquila.
Na febre que me toma vejo anjo na cabeceira da lápide
O quarto parecendo uma câmara mortuária
Lá fora a chuva fina... Fria deixa gotas nas folhas
Não sei por onde voa meu pássaro!
Lágrimas toldam meus olhos.