A dor, o sentir e a tinta
Despejo nesses versos minha solitude
Reverto em prosa meu fraquejar
Diante do espelho cortejo as lágrimas que brota dos olhos
Assíduo descontentamento pelo desejo não exercido
Amparado pelo silenciar das palavras não ditas
Rasgo do peito as angustias
E desbravo-me por dentro
Remoendo as declarações de amor escondidas.
Reverso do acaso
Estampado no espelho rachado no meio
Praguejado pelo sofrer de alguém amedrontado pela falta de astucia
De dizer o que realmente sentia.
E assim paira na folha de carmim a tinta
O sentir,
E que sejas então lidas
As tão belas palavras que a mim, soará
Como eternas feridas!