Duas fumaças

Eram duas fumaças:

umas se esvaiu céu afora,

outro continuou, prosseguiu, em meu peito.

Eram duas neblinas:

uma se apagou adentrando à cinza,

outra continuou, queimou, palha forte de se ver.

Eram - representando - dois grandes obeliscos:

uma, masmorra de feno, densa, feroz,

que come a garganta; incendiou-se,

mas nada contundente.

Outra, torre de chamas, intrínseca com o queimar;

do fogo, da palha flamejante,

faísca pegou, queimou.

Eram, no final, [apenas] duas fumaças:

uma [fumaça] se apagou;

outra, tornou-se ainda mais acesa.

[Até] minha escrita se apagou,

mas minha fumaça não.. ela não, acendeu-se mais.

Que deprimência...

Que estado deprimente eu estou.

Em que fumaça eu queimei?

Em qual fumaça eu queimo?

Cesare Turazzi, em tudo capacitado pelo Altíssimo.

[17/05/13]

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 17/05/2013
Reeditado em 17/05/2013
Código do texto: T4294957
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