Visão do amanhecer



A lamparina esvoaçava ao vento
No céu singrava a tênue purpurina
O véu da noite sussurrava
Sublimes cantigas de ninar

A dor fez-se grito latente presente
Emudecendo sons angustiantes
O inter vento uiva e célere dilacera
Tentando despertar as mágoas

A escuridão da alma pulsa suas agonias
Encobrindo com o manto da angústia

Melancolia suplica e mórbida se intensifica
Há no ar uma sinfonia de incontidos sufocos
Que assolam e ferem com gemidos breves

É toda uma viagem ao epicentro do âmago
Que quer trazer à tona o que foi tecido
Perscrutando o som do ambiente
Compondo as horas do amanhecer

Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado em olhos da Madrugada de Márcia Portela
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Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/05/2013
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