Hoje!

Hoje!

Não me afeiçoo à dor do meu peito,

Não por causa da dor em si

E sim por não poder evadir-se,

Aprisionado, acorrentado à dor.

Hoje!

Não consigo chorar,

Embora queira

E talvez precise;

Anestesiado estou.

Hoje!

Parece que o tempo não passou

É uma copia exata do ontem,

Só as rugas e o espelho sugerem...

Que é hoje, e não ontem.

Hoje!

Queria asas...

Escaparia do ontem

E da dor do hoje;

Sairia da masmorra

Que tempo e o desamor me colocou.

Marya Ferreira
Enviado por Marya Ferreira em 16/05/2013
Reeditado em 06/10/2021
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