Hoje!
Hoje!
Não me afeiçoo à dor do meu peito,
Não por causa da dor em si
E sim por não poder evadir-se,
Aprisionado, acorrentado à dor.
Hoje!
Não consigo chorar,
Embora queira
E talvez precise;
Anestesiado estou.
Hoje!
Parece que o tempo não passou
É uma copia exata do ontem,
Só as rugas e o espelho sugerem...
Que é hoje, e não ontem.
Hoje!
Queria asas...
Escaparia do ontem
E da dor do hoje;
Sairia da masmorra
Que tempo e o desamor me colocou.