Inanimação Profunda.

Bruma negra que vens até mim,

Opaca, viscosa; dominadora.

De centenas de olhares que observam,

Julgando com peso as minhas ações.

Raiva dos atos de tua pessoa,

Mas é a minha presença que causa repulsa,

Senda a tua mente vil e má, que me criou.

Como formigas os vejo,

Em minha vista embaçada,

Vertigem e calmaria deste lugar,

Não serei reconhecido após chegar.

Agora sobre meus braços já sem força,

Você grita querendo entender,

Vinte andares foram de mais para mim e para você.

Agora aos poucos tu se afastas de mim.

Mas sou eu que quero gritar,

Na minha boca não jaz mais força,

E a esta inanimação, meu coração agora abraça.

Felipe Cunha
Enviado por Felipe Cunha em 28/03/2007
Reeditado em 30/11/2012
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