No Olhar Marejado Amor
Oh, vicejado seja o verso
Pelo mar marejado em ondas
Que como lençóis cobrem de sais
Pele praia conjugada solidão...
Canção, meu ais, ilusão!
Portos focos, sofreguidão
De entalhes em detalhes antológicos,
Caindo com o luar, apreço, o terço
Das dozes pérolas, ora jóia, ora prazer,
Num castelo de etéreas quimeras!
Nas areias do sempre, da ampulheta
A gentileza do olhar em poesia, aveludado
Feito pétala de rosa na roseira do roseiral,
Melodia sem infortúnios... Pulsa coração
Semeando em sonetos, sonata era nostalgia!
Lágrima... Ah, lágrima
Tu és tudo que alma pode sentir!
Infindo mistério do verbo amor,
Jubilo das entrelinhas tatuadas no âmago
Em plenitude, em reflexos do outrem
Pela magia calada no peito estreito sentir
Bordado como estrelas nos céus!
14/05/2013
Porto Alegre - RS