ELES

Eles brincam com os sonhos.

Usam a paixão dos outros;

Desprezam a confiança,

Pisam na multidão.

Eles não ouvem;

Não vêem;

Não sentem;

Não amam.

Eles são eles...

Nos ambientes refrigerados,

Respirando acordos preparados,

Dos braços dados com o poder...

Indiferentes ao choro solitário...

Nas filas, nas vias, nas ruas;

Nos centros, igrejas, cerrados;

Nos transportes, nas salas, nos barracos...

Mas aí vem o dia,

Em que o sol da justiça vai brilhar.

E a todos acordar...

Acordar, acordar!

Neste breve dia...

De um futuro próximo...

Eles não serão mais eles.