UM POUCO DESSE NADA
Se pudesse daria mais vida à tua existência.
Bem mais harmonia à canção que balbucias.
Inabalável fé, à tua impertinente descrença.
Te seria abrigo, nas suas infinitas ventanias.
A lua crescente seria rede para teu repouso.
Lapso, para dos maus dias não lembrares.
O dom dos pássaros pra alçares grandes voos.
Minhas lágrimas, para que as tuas secassem.
Tanto e mais um tanto ao teu sorriso de canto.
Certeza às tuas dúvidas e tuas idéias confusas.
Pausas para harmonizar este teu desacalanto.
Coragem ao teu medo de um caminhar na rua.
Daria um imperativo à tua baixo autoestima.
Pontos finais aos teus pontos de interrogações.
Fim aos teus algozes com os quais militas.
Morte à tua voz de morte, às tuas alucinações.
Mas, te dou este poema. Um pouco desse nada.
Que muitas vezes para mim se faz em muito.
Talvez porque são nas minhas horas mais caras.
Que faço a vasta escuridão perder todo o intuito.