ROSA SEM VIÇO

As rosas que ontem desabrocharam

hoje acordaram mortas.

Suas pétalas se despedaçaram em prantos

e a esperança findou seu caminho.

Nenhuma rosa sobrevive sem amor,

agredida ela se encolhe e fina.

Não basta apenas perfumar a vida do outro.

É preciso de água, carinho, compreensão.

Algumas pessoas preferem rosas de plástico

sem seiva, sem cor, sem sabor.

Essas são maleáveis ao desejo de outrem.

Podem ser depositárias de raiva, frustrações

da falta de conhecimento de si mesmo.

E o paradoxo é que querem as rosas de plástico

vivas, não para a troca, mas para ter o poder

de matá-las, pouco a pouco, como se assim

tirasse de si, a dor que o acomete.

Podem dar muitos nomes a esse comportamento,

mas é apenas egoísmo, covardia, soberba.

Algumas sementes porém caem em terra

e com sorte encontram o adubo da amizade

para renascer vicosas e perfumar o jardim da vida.

São etapas de vivência e sofrimento,

mas ainda não é o fim.

O fim sempre é o começo de outra história

e, após o luto, a vida tem que continuar.

Assim o é. Apesar da dor e do medo.

Até a próxima rosa!

Paola Caumo
Enviado por Paola Caumo em 28/03/2007
Reeditado em 28/03/2007
Código do texto: T428503